sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sexta-feira dos convidados: O self-service que quase acabou em Buffet




Ano passado fiz uma viagem meio longa com meu namorado. Arrumamos a mala e seguimos de carro do Recife (PE) até Floripa (SC) e, claro, voltamos 31 dias depois de muita estrada, mas muita alegria – passamos por muitas praias paradisíacas e nos divertimos muito. Apesar de não ter acontecido qualquer incidente com o carro, sempre que estávamos na rodovia e tínhamos que parar pra almoçar era uma briga sem fim - tenho que deixar claro que não sou fresca pra comer, Felipe (o namorado) é que tem o paladar pouco apurado. Foi durante essa viagem e os nove mil quilômetros percorridos que aprendemos que nem sempre self-service é self-service.

Enfim, as primeiras paradas para almoços aconteceram no Nordeste, nesse caso, o problema era a qualidade da comida que variava muito entre ruim e péssima. Lembro inclusive do cheiro de um lugar onde paramos, numa beira de estrada na Bahia (o pior lugar para almoços em estrada!) que tinha mais moscas que clientes. Parecia uma rodoviária e, enquanto eu me encaminhava – com cara de quem iria à forca – até a mesa de comidas, o garçom me disse: “Se aperrei não que tá tudo novinho, viu moça?!”. E Felipe ainda me sai com: “Tá vendo que está tudo novinho. O garçom mesmo disse”. E eu pensei: “ahah! Ingênuo!”. Nesse lugar meu prato deu R$ 1,92 (lembro até dos centavos) + R$ 1,50 (do suco de laranja) + R$ 2,50 (do sorvete Kibon Sorvane). Pelo menos foi econômico!

Seguindo viagem paramos em vários outros lugares bizarros, que nem vale citar aqui e comemos em muitos self-services que, no Nordeste e para quem não sabe, é aquele tipo de restaurante em que a comida é pesada numa balança e paga por quilos ou gramas. Mas nem tudo são gramas e quando fizemos a primeira parada no sudeste tomamos um susto. Self-service, para o restante do País, na verdade é o que chamamos e Buffet (ou rodízio) e vice-versa. De cara, pagamos R$ 22,00 por um self-service, que pra gente era um rodízio de carnes.

Paramos na capital paulista e, então, tentei explicar a diferença pra Felipe que não só não concordava como tinha uma teoria conspiratória super bizarra (que também não vale a pena ser citada aqui). Enfim, seguimos viagem agora em direção ao Sul e, quando estava na hora do almoço e estávamos na estrada era aquele “Deus nos acuda”. Lipe via a placa “self-service”  e dizia: “Olha, aqui a comida é no peso!”. E eu retrucava: “Não é no peso meu amor! Você ainda não entendeu. Argggh! Ande com esse carro!”.

Mas o cúmulo aconteceu já na volta, assim que cruzamos a ponte Rio-Niterói pegamos a rodovia dos Lagos (ainda bem, em direção contrária a um engarrafamento pós-feriado) e vimos a placa Self-service e, mais uma vez Felipe insistiu na idéia de comida a peso. Quando eu pedi, “estacione o carro e pergunte ali a mulher da recepção se é mesmo no peso, enquanto eu calço essa sandália”. Dois minutos depois volta ele feliz da vida: “Sim sim! É no peso!”. Quando eu entro no lugar não vejo balança, mas apesar de desconfiada faço meu prato. Quando vou pesar e me preparar para desembolsar uns R$ 15,00 é chegada a hora do susto. 

Eu: - Moça, por favor, onde fica a balança!

Atendente: - Perdão senhora, não entendi!

Eu: - A balança moça, pra pesar o prato, antes de começar a comer.

Atendente: - É.... não tem balança. É self-service você come o quanto quiser e só paga R$ 37,00, senhora.

Eu: - A claro... (em pensamento: vou matar Felipe!)Obrigada!
Alguns passos até a mesa e... – Lipe, você disse que era no peso. Tá maluco!

Lipe: - Pirilinha linda, eu enganei! Mas a comida está ótima!

Eu: - Você por acaso sabe quanto é o rodízio nessa budega?!

Lipe: - A moça me disse agorinha ali. R$ 37,00, mas a vale a pena. A comida está boa!
Eu: - Só por isso você vai pagar o meu e o seu almoço. Tá bom!?!

Depois do susto aproveitei pra encher o bucho. A conta deu R$86,00 e, claro, tivemos mais uma discussão (quase em silêncio porque o restaurante estava lotado) horrenda por causa do temido “almoço durante a viagem”. Mas pelo menos, depois do ocorrido e do quase fim de namoro, Felipe entendeu que self-service nem sempre é self-service (Fica a dica!).

Por Mariana D'Emery.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Mainha


Passamos boa parte da nossa infância, meus irmãos e eu, soltos pelas ruas de barro e terrenos baldios do bairro do Janga, na cidade de Paulista, Região Metropolitana do Recife. Foi praticamente uma criação de interior, roubando caju e carambola do vizinho, jogando futebol, bola de gude, queimado, empinando pipa, brincando de esconder, de pega e todas as suas variações, como congelou, americano e macaco. E porque éramos razoavelmente trelosos, o resultado de muitos dias de diversão infantil era um só: pisa. Geralmente da minha mãe, que é quem passava mais tempo em casa e, é preciso que se diga, não tinha lá muita paciência com três meninos um tanto sem limites. Paraibana da cidade de Monteiro, chegou a ter um namorico com um dos maiores astros pop do estado, o sanfoneiro Flávio José.



Dizem que eu sou a cara dele.

Veio ao Recife estudar e tentar uma vida melhor. Acabou casada, morando no Janga e com três monstrinhos na barra de saia. Mamãe não era boa em fazer planos, como se pode perceber.

 Mas sabia disciplinar os filhos que era uma beleza. Apesar de achar que ao menos 37% (na última contagem) das surras que eu levei foram indevidas, eu não reclamo de nada. Acho impressionante como as crianças e adolescentes de hoje desrespeitam os pais, fazendo literalmente o que querem em casa. No meu tempo e dos meus irmãos, quando morávamos em uma grande casa de primeiro andar, bastava que mamãe mandasse que parássemos com a trela que congelávamos na mesma hora. A alternativa era bem pior, acreditem. Não sei se por preguiça ou por puro sadismo maternal, mas muitas vezes ela ordenava que marchássemos para o andar superior e fôssemos buscar o cinturão (do meu pai) que seria usado nas nossas bundas ossudas. A única vantagem era que podíamos escolher o mais macio e tirar logo a fivela, para machucar menos. Depois descíamos e, muito obedientes, entregávamos o cinto nas mãos de mamãe. E tome lapada. Não quero dar uma de religioso aqui, mas só conheço um sujeito que ia ali e voltava carregando o seu próprio instrumento de tortura, entregando-o serenamente aos seus algozes.


  
Vai, tira a fivela agora, safado!


Até hoje minha nádega direita é meio dormente, o que é um verdadeiro problema em shows e ônibus lotados. Me vestir pode ser uma agonia, se eu estiver distraído. Por instinto, arranco a parte metálica do cinturão e jogo pela janela. O vizinho já não sabe o que fazer com tanta fivela na varanda dele. 

Por sua criação no interior e também porque, francamente, às vezes testávamos a paciência dela, mamãe acabou desenvolvendo o hábito de distribuir respostas um tanto ríspidas demais para os filhos pequenos. Em muitas ocasiões, quando um de nós (ou todos ao mesmo tempo) voltávamos machucados da rua, aos prantos por um cortezinho insignificante na ponta do dedo, íamos mostrar o estrago para nossa mãe. Esta, invariavelmente, observava o ridículo machucado, fazia uma careta de profundo nojo e exclamava:

- Pronto! Vai sair as tripas por aí!

Era desesperador ouvir essa sentença mortal, antes de ficarmos velhos e espertos o suficiente para perceber que os nossos intestinos não iam escapar por aquele furinho na cabeça do dedo, que mal sangrava aquele sanguinho alaranjado dos meninos que não gostam de se alimentar direito. Tarefa de casa? Se bem-feita, muito bem. Se não, mostrávamos o resultado e ouvíamos algo do tipo:

- Está parecendo mais a tua venta! Faz tudo de novo, moleque!

Quando ameaçávamos uma trela de proporções mais épicas e dávamos o azar de ser pegos antes da conclusão do ato, mamãe, que é branca feito uma macaxeira descascada, adquiria tons rubros pelo rosto, apertava os punhos e ameaçava com a voz trêmula de raiva:

- Você não está manifestado, menino!

Ou o meu favorito, uma variação muito mais criativa da frase anterior:

- Você não está mordido do cachorro doido!

Se demorávamos a tomar o banho, ela diagnosticava, implacável:

- Estão cheirando a macaco morto a tapa! Já pro banheiro!

E se, mais velhos e mais ousados, ensaiávamos timidamente alguma resposta mais ousada, a réplica de mamãe era muito mais contundente do que as pisas que já não assustavam tanto:

- Repita o que você falou, seu cavalo batizado!

Eu, que jamais havia convivido com cães ensandecidos, cadáveres de macacos e pangarés cristãos, muitas vezes me perguntava que tipo de infância minha mãe havia tido em Monteiro. Mas a verdade é que, apesar de tudo, das surras e das respostas cortantes, a minha infância eu não troco por nada. Brinquei na rua, dei trabalho e fui uma criança feliz, com todas as cicatrizes para provar na minha canela fina. Hoje em dia mamãe já não dá mais essas respostas pitorescas, o que na verdade acho uma pena. Às vezes, quando faço algo errado e tenho consciência disso, quase consigo escutar o eco da voz da minha mãe, ralhando comigo do jeito que só ela sabia fazer. E quando isso acontece, eu paro e reflito melhor sobre o que estou fazendo antes de continuar.

Só para garantir.

Promoção: Show da banda Golou o Ovo! RESULTADO!









E chega ao final a promoção do Blog da reclamação com a banda Golou o Ovo! E a feliz vencedora é a leitora Henna Roberta, que vai levar um par de convites para o show hoje a noite, lá no Uk Pub, a partir das 21:00 hs!
O Blog e a banda gostariam de agradecer a todos que participaram, enviando fotos e legendas e manda avisar que essa é apenas a primeira de muitas parcerias e promoções por aqui! Continuem ligados!
Um abraço a todos e não me liguem hoje a noite: vou estar no Uk Pub curtindo o show da Golou o Ovo!



terça-feira, 17 de agosto de 2010

Promoção!


Gato: Caraca!!Eu odeio pedir dinheiro aos outros...mas por favorrrr....eu preciso ir ao show da banda golou o ovo!!




Por Ana Carolina Fagundes



Promoção!


Isso sim é o filho de um ovo que golou!!





Por Nayara Acioli

Promoção!


Oi? Cadê Stephany (a do cross fox) para sensualizar na piscina?




Por Diego Gouveia


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Promoção!




Já disse que sou inocente!! Pensei  que aquele  seu casaco de pele Prada fosse aquele  gatinho miseráaaaavel!!


Por Ana Katharyne

Vida difícil





Havia estudado toda a sua vida no Colégio Militar do Recife, sob uma disciplina rigorosíssima. Um dia, porém, seu pai decidiu que ela, apesar de suas excelentes notas, deveria obter um melhor preparo para o vestibular, de forma que no último ano antes da grande prova, passou a estudar em uma escola civil, menos voltada para a formação do indivíduo e muito mais para dicas e bizús que garantissem ao candidato uma boa colocação no exame nacional.
Primeiro dia de aula, sem conhecer ninguém da turma. Todos muito a vontade, conversando, sentados por cima das bancas, usando as mesmas roupas que vestiam quando iam ao shopping center. Ela sentada em uma cadeira na primeira fila, compenetrada, costas retas, braços por cima da mesa, dedos entrelaçados, pernas cruzadas e se sentindo muito pouco a vontade naquela calça jeans comprada especialmente para aquele dia. De repente, a porta da sala de aula se abre e o professor entra, dirigindo-se para seu birô e murmurando um “bom dia” apressado, sem esperar resposta.
- Bom dia, professor! – responde a menina, em voz altíssima, pondo-se imediatamente de pé e batendo uma elegante continência.
Silêncio.
Todos os olhares se voltam para ela. Os outros alunos parecem petrificados em seus lugares. O professor, boquiaberto, não sabe bem como reagir. Olhando timidamente ao redor, a garota nota que é a única de pé e só então percebe que havia sido vítima de anos de condicionamento militar. Lentamente, afasta a mão da direita da testa e afunda em sua banca.

 - Hmm. Bom dia pra você...er...aluna nova. Anh, pode sentar. Vocês todos, podem sentar – acrescenta o professor.
Mortificada, a menina percebe cochichos e risinhos atrás de si. Passa toda a aula emudecida, sem ousar olhar para os lados. No intervalo, é a primeira a retirar-se da sala e vai se refugiar no banheiro feminino. Respira profundamente, reúne suas forças e sai para enfrentar o recreio.
Por onde passa, recebe continências, de alunos de ambos os sexos e até de alunos mais jovens ou novatos como ela. Apelidada de “sargenta”, passa o resto do ano sendo cumprimentada ao estilo militar por praticamente todos os meninos e meninas da escola. Presta o vestibular e fica bem abaixo da nota esperada para passar no curso dos seus sonhos. É finalmente reprovada de ano, para desgosto dos pais, que a mandam de volta para o Colégio Militar. Lá chegando, os colegas perguntam por que ela havia voltado para a rigidez daquela instituição, odiada por tantos alunos.
- É que a escola civil – responde ela, com lágrimas nos olhos - é muito difícil.

Promoção!


Já percebi que ele, definitivamente, não virá; se bem que a Golou o Ovo poderia aparecer por aqui, né?



Por Henna Roberta

domingo, 15 de agosto de 2010

Domingo é dia de enquete!


Chega ao fim mais essa enquete! Os leitores, politizados, fizeram valer seu direito democrático e deram suas preferências acerca dos principais candidatos às eleições presidenciais deste ano de 2010. Confira abaixo o resultado:


Sim, Lula! Quer dizer, Dilma! Enfim, qualquer um do PT tá ótimo. Cadê meu Bolsa-qualquer-coisa?  33%
 
Sim, Serra! Precisamos de alguém de pulso firme e planos infalíveis pra dar jeito nesse país. Nada melhor do que uma mistura de Gargamel com Sr. Burns.  13%

Sim, Marina! Ela é ex-proletária, ex-católica, ex-atéia e, mais importante, ex-habitante do Acre, provando que o lugar de fato existe. Só falta ser ex-presidente.  13%
 
Sim, só que para as eleições a presidente da Argentina. Meu candidato é Mick Jagger. Boa sorte, hermanos.
 46%
 
E assim fica provado que o brasileiro médio não dá a mínima para o destino político do próprio país, desde que a Argentina se lasque no final. Em suma, um resultado mais do que esperado. O Blog, como sempre agradece a participação de todos os que votaram e, claro, lança a próxima enquete.

Também gostaríamos de lembrar os leitores da Promoção Golou o Ovo, cujos detalhes podem ser vistos abaixo. Boa sorte a todos!
 

Promoção!






Ufa! Estamos liderando nas pesquisas, companheiros! Creio que nem será preciso sacrificar o meu dedo mindinho para chegarmos lá...

 Por Sílvia Régis