quarta-feira, 6 de outubro de 2010

E o palhaço, quem é?











Que o Brasil é o país das contradições, todos sabemos. Aqui é possível encontrar do melhor e do pior que a raça humana pode oferecer. E vivemos em uma sociedade pontuada por extremos. Extremos de riqueza, extremos de pobreza. Montanhas de sabedoria, crateras de estupidez. Essas diferenças, claro, ficam ainda mais evidentes em época de eleição, quando temos uma enxurrada de candidatos supostamente buscando representar os interesses do povo. Deixando de lado a velha questão da corrupção, o que dizer do preparo dessas pessoas?

Por uma simples questão de lógica, o nível de preparo de um profissional (afinal, falamos aqui de um trabalho, para alguns, uma verdadeira carreira) deveria ser proporcional à complexidade que seu emprego exige. Um garçom não pode gerir um restaurante. Ele pode até ter o talento e o potencial para tanto, mas não foi treinado para tanto. Da mesma forma, um engenheiro nuclear não deveria tentar consertar elevadores, já que, por mais preparado que ele seja, o assunto foge de sua alçada. Dessa forma, seguindo esse raciocínio, qual o trabalho mais importante que existe? Será o médico, que salva vidas todos os dias? O policial, que se encarrega da nossa segurança? Talvez o professor, que se ocupa da nossa educação e do futuro das nossas crianças?

Não, o trabalho mais importante é o do político. Independente da posição que ocupa, suas decisões influenciam e muitas vezes decidem as vidas de milhares de pessoas. Uma má gestão pode arrasar países inteiros, destroçando suas economias e deixando sua sociedade em frangalhos. É um trabalho que exige dedicação, talento e muito, mas muito preparo. Curiosamente, é a carreira que menos exige daqueles que se candidatam. Basicamente, tudo o que é necessário, no Brasil, é ter a nacionalidade, atingir a idade mínima (18 anos até o dia da posse) e ser alfabetizado.

Com essas exigências, você não conseguiria emprego como gari ou como caixa de supermercado. 

Um currículo que permite que um cidadão se eleja para representar sua cidade, estado ou o país inteiro, seria desprezado para qualquer outra função, seja no serviço público ou privado. E ainda que o nível de educação exigida de um candidato a cargo político seja tão baixo, ainda assim tem gente que ainda tenta burlar demandas tão desprezíveis. Vide o caso do palhaço Tiririca, eleito deputado federal pelo estado de São Paulo, com o maior número de votos do maior colégio eleitoral do país. Um absurdo, sem dúvida, mas a culpa não é do iletrado que tenta pegar o trabalho para o qual ele não tem o menos preparo. Afinal, a brecha existe, ele tem mais é que aproveitar. Os culpados são aqueles que votaram, achando que assim estavam fazendo parte da piada, quando na verdade o nariz vermelho postiço sobrou para eles mesmos. E para o resto dos eleitores, quer tenham votado nele ou não, já que é possível que Tiririca, através de alguma manobra absurda da Justiça brasileira, consiga provar que, enfim, sabe ler e escrever. Bom para ele, péssimo para o país.

Mas isso é a democracia, alguém argumenta. Todos podem votar, qualquer um pode se candidatar. Uma lógica cristalina, mas que tropeça no fato ainda mais claro de que, para se colher os frutos de um trabalho bem feito, é necessário preparo. Sou Bacharel em Gastronomia pela UFRPE, professor de Inglês e estou buscando um Mestrado em História. Certamente, tenho melhores qualificações do que um palhaço analfabeto. Ainda assim, tenho certeza de que eu não estaria preparado para assumir um cargo político. Eu não estudei para isso. Eu não sou profissional da área. Eu não seria uma boa escolha.

Mas eu não fui uma das opções na última eleição. Tiririca foi. E ganhou. O que isso diz de nós, brasileiros?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Contra o exagero (ou porque eu odeio, do fundo da minha alma, o Kid Bengala)










Sim, eu odeio o Kid Bengala. Calma, ele nunca fez nada comigo, em nível pessoal, para angariar esse ódio da minha parte. Ainda bem, porque se ele tentasse, digamos, invadir o meu espaço particular, duvido que eu sobrevivesse para contar a história. Não que eu fosse querer divulgar, claro. Mas você deve estar se perguntando o motivo dessa minha birra em relação ao nacionalmente reconhecido ator pornô. Não é por puritanismo. Gosto de um bom filme de sacanagem como qualquer outro. Também não é por motivos religiosos, embora seja difícil acreditar em um Deus que permite que um ser humano com um membro de 33 cm caminhe entre nós, impune. Não, a questão é bem outra e muito menos complexa. Se você que está lendo esse texto nesse momento pertence ao sexo masculino, já deve saber o que é. 

Uma vez que a média do tamanho do pênis nacional oscila entre 15 e 16 cm, como ficamos nós, pobres mortais medianos sabendo que existe uma criatura com uma pica de proporções bíblicas perambulando livremente pelas ruas do nosso país? Tamanho de rôla, para homem, é questão de honra. Você não precisa, como diria um amigo meu, ter um pacto com o jumento, mas ninguém gosta de ficar abaixo do padrão e se sentir humilhado pelos outros machos. Tá bom, seu amigo tem uma bilola de 17 cm. 18, dependendo do ângulo em que a luz bate. Já é bem impressionante, serve de anedota depois da pelada e não te deixa em dúvida acerca da existência de um plano divino. É aceitável.

Mas 33 cm?! 

Uma pessoa com um caralho desse tamanho é mais órgão sexual do que homem. Ele nem sequer precisa ser muito inteligente, já que uma jemba de mais de 30 cm, sabemos todos, dá ao seu dono o ganho de causa em qualquer discussão, tornando os argumentos contrários automaticamente irrelevantes. É possível imaginar como seria uma conversa envolvendo Kid Bengala e intelectuais reconhecidamente capazes na arte da argumentação:

- Eu creio, firmemente, que a atual conjuntura política e social preconiza uma evolução dos modelos econômicos iniciados na industrialização da Europa, levando-se em consideração os estudos mais recentes realizados pelas universidades de Oxford e Harvard, tendo como modelo básico a discussão historiográfica perpetuada pela escola de pensamento de Hobsbawn. O que o senhor acha, seu Bengala?

- Tu tá falando merda.

- Compreendo. Bem, sinto, mas devo discordar do senhor, uma vez que...

Tebei. O som de algo caindo pesadamente sobre a mesa.

- ...eu...bom Deus...isso...seu Bengala, isso aí na mesa é o seu...o seu...

- É a minha maçaroca sim. E tá mole ainda. Tu tava falando o quê?

- Nada, nada! O senhor tem razão, eu não sei onde eu estava com a cabeça. Posso trazer um cafezinho?

Francamente, quem seria maluco de contradizer um indivíduo capaz de te esbofetear, do outro lado da mesa, usando apenas a sua benga? Eu mesmo não. Mas a dúvida maior fica por conta da ala feminina. Sim, tamanho (e diâmetro) é documento, o resto é papo de anão genital. Mas tudo tem limite. Que tipo de prazer uma mulher pode obter de um cacete de tamanho tão absurdo? Não posso crer que seja divertido ter a pleura perfurada por uma piroca de 33 cm, então só posso enquadrar tal prática na categoria de fetiches bizarros femininos irrealizáveis. 



Vovó? Que sorriso é esse?



Ou masculinos, já que, como dizia o poeta, gosto é que nem cu, cada um tem o seu e faz o que bem entender com ele. 

E já que ter pinto grande ainda não é crime no Brasil, resta à população masculina em geral o consolo de que, afinal, são poucas as mulheres que encarariam uma noite com Kid Bengala. Na verdade, é bem possível que, caso ele não fosse ator pornô, acabasse sua vida como atração de circo e afogando o ganso com a Monga ou alguma outra aberração semelhante, dentro de uma jaula.

Vocês eu não sei, mas eu me sentiria muito mais seguro em ter uma grade de ferro me separando de uma trolha tão descomunal.

Fim das enquetes (por enquanto)



Pessoal, a última enquete, acerca das eleições, foi a última do Blog da Reclamação, ao menos por algum tempo. Ando muito sem tempo ultimamente, devido aos estudos e ao trabalho. De maneira que vou procurar me concentrar em atualizar o blog com novos textos sempre que possivel. Fiquem ligados e não desistam do Blog da Reclamação! Um dia as enquetes vão voltar!

Enquanto isso, vejam o resultado da última:


Falta uma semana para as eleições e o Blog da Reclamação quer saber o que você vai fazer com o resto do seu domingo, já que vai ter que acordar cedo pra ir votar mesmo.

1-Quem disse que eu vou acordar cedo? Vou é pra praia e depois vou ser um dos últimos a votar, só pra causar suspense!   (16%)

2- Pretendo passar o resto do dia alternando entre fazer boca de urna e correr da polícia.  (33%)

3- Pretendo passar o resto do dia me divetindo horrores com meus colegas de sessão e discutindo de que formas eu vou aproveitar os dias de folga que eu não poderei utilizar, já que meu patrão me demitiria. Adoro ser mesário.  (8%)

4- Oi, as eleições são domingo?   (41%)

 

A conclusão, portanto, é que a maioria dos leitores estava totalmente despreparada para praticar seu exercício de cidadania. Compreensível, já que a amioria dos políticos está totalmente despreparada para o cargo mesmo. Falando nisso, o Blog da Reclamação gostaria de dar um alô todo especial ao povo do maior e mais importante colégio eleitoral do país, São Paulo, por elegerem o palhaço analfabeto semi-retardado Tiririca. Realmente, é uma cidade onde acontece de tudo!

E um agradecimento a todos os que sempre acompanharam as enquetes do blog. Elas vão voltar, estão apenas dando um tempo!