quinta-feira, 22 de julho de 2010

Decadência humana, parte I: som alto


Aquela velha passada na padaria, no final do dia. Comprar pão-doce, sabe como é. A fila andando lentamente, repleta de pessoas comuns e desinteressantes, do jeito que uma fila deve ser. De repente, um barulho ensurdecedor e meus ouvidos são instantaneamente sodomizados por uma música eletrônica estilo bate-estaca, do tipo que todos deveriam ter sido legalmente obrigados a esquecer ainda nos anos 90. No estacionamento da panificadora, surge uma caminhonete caindo aos pedaços, pneus carecas, farol quebrado, acabamento no mais puro durepox, pintura cor de ferrugem e uma série de adesivos evangélicos segurando a coisa toda no lugar. A parte de trás do veículo era completamente dominada por uma caixa de som maior e, sem dúvida, mais cara do que o meu apartamento. 


Tipo assim, só que pior.

Da caminhonete salta o motorista, alto, camisa quadriculada com os três primeiros botões abertos e um olhar levemente retardado. Minha mãe sempre me ensinou a nunca formar conceitos prévios das pessoas que sequer conheço, mas, enfim, nunca escutei a velha mesmo e assim que esse indivíduo apareceu em meu campo de visão, meu cérebro gritou “pau pequeno!”.

“Mas Fred. De repente o cara é o novo Kid Bengala, o Long Dong Silver tupiniquim, o infame Bem-Dotado de Itú! Como você pode saber?”. Foda-se. Pra mim, se saiu por aí de carro, com um sistema de som que vai levar mais tempo pra pagar do que a casa própria e musicalmente estuprando os ouvidos de transeuntes inocentes, tem pau pequeno. E mole. Pau pequeno e, ainda por cima, mole, é praticamente uma deficiência física. Devia ter assentos especiais nos ônibus pra pessoas assim. E esse cara tem que estar tentando compensar alguma coisa. Claro que, na verdade, acaba não compensando coisa alguma. Não tem mulher que prefira ficar surda a passar a noite com um homem anatomicamente correto e capaz de atender, ainda que minimamente, suas exigências. Ao menos foi o que me contaram e, por Deus, espero que seja verdade, porque eu não tenho dinheiro pra uma caixa de som dessas e duvido que fosse caber na minha bicicleta. 


Mas eu poderia estar errado.

De repente, o dono da caminhonete anda mirando no público altamente específico e, compreensivelmente, reduzido das deficientes auditivas com expectativas sexuais nulas. 

Tem gosto pra tudo.

6 comentários:

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    E a foto desse sistema de som (ou até o do dono da verrughinha no lugar do pinto), kd?!


    --

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  2. hehehe.Às vezes eu tenho vontade de ter um som desses só pra revidar o ato.Colocar Dunkelheit da banda Burzum num equipamento desses sempre que algum gaiatinho aparecesse pra estourar meus ouvidos, aí eu aproveitava e estourava a caixa craniana dele!^^

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  3. Só posso me render aos estudos que apontam nesses indivíduos de som alto uma tentativa de compensação da minusculice genitálica. Aqui em casa só tem radinho de pilha.

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  4. Esses caras que tem som animalesco no carro são os mesmos que pegam mulher à força em Olinda, e dizem que ficaram com mais de 20; batem em mendigo; estacionam em local proibido. Ou seja, não respeitam os outros. São uns escrotos!

    Saulo Toscano

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  5. E também acho que, nesse caso, o nanismo ganital está diretamente ligado ao nanismo cerebral do indivíduo. Resumindo: é melhor enterrar!

    Ass: Mauro, o galhofeiro môco.

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  6. que babaquisse! vao cassar o que fazerem seu cornos gosto e cu cada um tem o seu. Neguem e obrigado ser igual a vcs,que cometaram

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Vai, danado, reclama!