quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Corrupção




Se você estava no planeta Terra nas últimas semanas deve ter acompanhado o triste caso de Rafael Mascarenhas, filho da apresentadora da emissora Globo Cissa Guimarães, que perdeu a vida ao ser atropelado por um outro jovem, em túnel no Rio de Janeiro. Os detalhes do acontecimento não serão discutidos aqui, mas quem quiser poder obter mais informações seguindo este link. Contudo, chamou a atenção, durante a investigação, o fato de que o motorista, que não prestou socorro a Rafael, chegou a ser parado, dirigindo seu carro visivelmente danificado pela colisão, por dois policiais militares, que liberaram o veículo depois de aceitarem uma alta soma de dinheiro. Para o azar desses oficiais corruptos, a vítima, que faleceu devido à violência do choque, era filho da já citada apresentadora de TV, uma pessoa bastante pública, transformando o caso em um circo de mídia e jogando mais lama no já combalido nome da polícia brasileira. A aceitação e o oferecimento de propinas são, infelizmente, uma instituição nacional. É notório que o cidadão brasileiro critique seus políticos pela falta de ética quase caricatural que apresentam, enquanto se recusam a fazer a própria parte, desrespeitando leis de trânsito, negociando propinas, jogando lixo nas ruas, vandalizando propriedade pública, etc.
De fato, falar é fácil, difícil mesmo é levar uma vida calcada pela retidão, pela civilidade, pelo respeito aos direitos dos outros e pela honestidade. Não é difícil concluir que os nossos políticos simplesmente refletem nosso próprio comportamento, apenas de uma forma pública, notória. Existem muitas e belíssimas exceções, evidentemente, mas no final das contas, permanece o fato de que vivemos imersos em uma cultura que valoriza o esperto e ridiculariza o honesto, causando uma in versão de valores que encontra-se firmemente enraizada em nossa história.
É possível ser correto. E nem é tão difícil assim, basta tentar. Basta reclamar menos e fazer mais. E ser criativo também ajuda bastante. O texto abaixo ilustra uma situação vivida por mim há alguns anos, quando me envolvi em uma situação, digamos, delicada no trânsito do Recife.

Um comentário:

  1. Por falar em corrupção... A nova onda é fazer abordagem/blitz da lei seca com apenas um ou dois agentes do DETRAN, com um único bafômetro em suas mãos e usado. Ou até mesmo, sem nem um bafômetro, na esperança de conseguir abrir uma brecha para a extorsão. Dessa forma, os tais agentes "angariariam fundos para o churrasco do final de semana".

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Vai, danado, reclama!