terça-feira, 12 de julho de 2011

Reaja!




Dizem por aí que a gente tem mais é que ser tolerante e perdoar nossos inimigos. A filosofia cristã ensina que a gente precisa dar a outra face e os psicólogos vendem a ideia de que ter paciência com quem tenta nos sacanear é uma mostra de superioridade. Dessa forma, estaríamos caminhando para uma existência mais pacífica, iluminada e equilibrada.

Eu digo “foda-se” para tudo isso.

Não, sério. Não estou interessado em dar nem um lado da cara para apanhar, quanto mais ela toda. E também não quero fingir superioridade para os filhos da puta da vida. Ao contrário. Para mim, a melhor, e talvez a única maneira de não ser novamente escrotizado por um desses desgraçados é reagindo à altura. Eu não quero meus inimigos de pé aplaudindo a minha vitória. Quero eles debaixo da terra, sendo roídos por vermes passeando alegremente em sua carne putrefata, mas ainda vivos o suficiente para escutar o som abafado da festa que eu estarei dando sobre os seus caixões. Desejo que meus adversários morram gritando meu nome e que a última imagem que vejam e carreguem em seus espíritos amaldiçoados por toda a eternidade seja de mim queimando a bandeira do time de futebol deles. Se alguém quer me prejudicar, então o tempo de conversar civilizadamente já passou. Qualquer diálogo que eu pudesse vir a ter com algum infeliz desse calibre se desenrolaria mais ou menos assim:


- Boa noite.

- Ahhhhhhhh! Que lugar é esse? O que eu tô fazendo aqui?

- Por favor, acalme-se. Eu administrei uma droga em seu sistema nervoso que faz com que você perca o controle das suas funções motoras voluntárias. Em outras palavras, você não pode se mover. Contudo, você logo perceberá que ainda pode sentir dor...de maneiras que você jamais experimentou durante todo o seu patético simulacro de vida.

- Fred...Fred, cara, por favor...eu não fiz por mal! Juro por Deus, eu não vi que aquele era o último pão doce coberto de coco da padaria! Eu só cortei teu lugar na fila porque...porque...bom, eu achei que não ia dar em nada e...

- Shhh...nada disso importa mais. Logo (afagando os cabelos cobertos de suor gélido do homem a sua frente), nada mais importará para você. Nem mesmo o pão doce coberto de coco.

- Não! Não, Fred, Pelamordedeus, não! Eu...eu acabei de sujar as calças, Fred!

- Sim...bem...de fato. Creio que é melhor começarmos os trabalhos. Agora, por favor, deixe-me virar seu rosto para este lado...

- O que é que você...Ahhhh, não! Pelo amor de Deus, afaste esse maçarico da minha córnea!

- Já pode sentir o cheiro de queimado? Lembra um pouco o de bacon fritando, não? Hmm...bacon...

- Nãonãonãonão, Fred, por Jesus, eu tenho mulher e filhos!

- Ora, por que você teve que dizer isso? Agora vou ter que ir atrás deles também. Já volto.

- Nããããããrrrrggggggghhhhhhh!!!!

- Quer que eu traga pão doce na volta?


E a lição que fica disso tudo? Não existe uma justiça kármica pronta para vingar as indignidades sofridas no dia a dia. E Deus, se existe, quer mais é que você se ajude, porque Ele tem mais o que fazer. Da próxima vez que alguém pisar no seu calo, dê uma resposta desproporcionalmente mais agressiva, tipo um chute no saco, e sorria na certeza de aquela pessoa jamais vai ousar tirar vantagem de você ou, nesse caso específico, terá filhos novamente. Como se diz por aí, quem vive bonzinho morre coitadinho.

É isso ou se acostumar a viver sem seu pão doce. Coberto de coco.


3 comentários:

  1. Como sempre,alegrando com seus textos.
    Espero que volte de vez!;D
    :***

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  2. Bom retorno. Mas sou adepto de um lance mais zen.

    Ass: Mauro, o galhofeiro!

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  3. o que eu mais aprendi: quem vive bonzinho morre coitadinho.
    bom demais!!

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Vai, danado, reclama!