sábado, 22 de maio de 2010

Just




Você já ouviu falar de Maristela Just? Eu também não, até poucas semanas atrás. Ela é mais uma das esquecidas pela Justiça brasileira. Maristela foi assassinada pelo marido José Ramos Lopes Neto em 1989, aqui mesmo no Recife, com um tiro na cabeça. Ele também baleou os dois filhos pequenos, Zaldo e Nathália, na época com 2 e 4 anos e meio, respectivamente.  O assassino não se satisfez em alvejar toda a sua família. O irmão de Maristela, que estava lá na tentativa de salvar a irmã e os sobrinhos, também foi atingido. Sobreviveu, assim como as crianças. Maristela não teve a mesma sorte. O motivo do assassinato não foi por ciúmes, suspeitas de traição ou algo assim. Não. Essas foram apenas as desculpas arranjadas por José Lopes para justificar seu crime.
Maristela morreu porque seu marido acreditava que sua esposa lhe pertencia.
O assassino acreditava, como muitos homens ainda o fazem até mesmo nos dias de hoje, que Maristela, como um relógio, um carro ou um animal de estimação, era propriedade sua e, portanto, tinha não apenas o direito, mas o dever de matar a esposa, por suspeitar que sua honra poderia estar em jogo. E assim o fez.
Por 21 anos, o assassino de Maristela tem andado solto por aí, como se nada houvesse acontecido. Talvez ele seja seu vizinho. Ele pode até mesmo ser um daqueles velhinhos simpáticos que passam as manhãs jogando dominó na orla de Boa Viagem. Mas isso está para acabar. O caso Just vai, finalmente, a júri popular, após mais de duas décadas de impunidade. E quem tenta fazer com que não esqueçamos um crime tão estúpido são os filhos de Maristela. Através do seu blog, dá para acompanhar todas as notícias relacionadas ao crime que chocou o Brasil, bem como o andamento de todo o processo.
O júri popular é uma oportunidade de reclamar pública e coletivamente. Se você é contra os homens que precisam dominar, humilhar, violentar e assassinar mulheres para poderem se sentir pouco menos mortos por dentro, apareça por lá e acrescente força à reclamação dos amigos e familiares de Maristela.
Justiça para o caso Just.

Um comentário:

  1. Só mais um toque. A gente não deve só se indignar com esses crimes que saem na TV, que ganham notoriedade. Os crimes menores, que acontecem todos os dias, prejudicam tanto quanto os que repercutem na mídia. Pelo menos na minha ótica (não, eu não vendo óculos), existe uma atitude/ação que todos nós podemos fazer: educar nossos filhos. Eu ainda não sou pai, mas já me preocupo com essa questão. A gente tem que educar pensando desde as coisas "menores", como não sujar o chão, até as "maiores" como o respeito ao próximo, independentemente de quem seja esse próximo.

    Bom, não sei. Talvez eu esteja divagando (como o próprio Fred).

    Ass: Mauro, falando sério desta vez.

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Vai, danado, reclama!