sexta-feira, 23 de julho de 2010

Irritando Diego Gouveia




Não tenho problema algum em andar de ônibus diariamente na maravilhosssssa cidade do Recife. Como desculpa de pobre, digo às pessoas que transporte público é necessário para ajudar o meio ambiente (poluindo menos), o trânsito (menos carros nas ruas)... Sim, às vezes, sou politicamente correto. Além disso, vamos combinar que ônibus são locais perfeitos para estudos antropológicos. Eles nos reservaram boas surpresas. O CDU/Boa Viagem/Caxangá, por exemplo, é responsável por uma das melhores amizades que fiz na vida (homenagem a Mariana d’Emery). Agora, como tudo na vida, existem coisas no ônibus que irritam. Descaradamente, fazendo uso de quadros do programa Irritando Fernanda Young (IFY), vou explicar coisas que me deixam com cara de –q (o que é isso?) dentro do ônibus.

Quadro 1- Pergunta nada a ver

Você entra no ônibus já chateado porque o cobrador não deu o troco certo, alegando não ter moedas de cinco centavos, senta e aparece um cristão, sabe Deus de onde, com vontade de virar amygo! O tempo é sempre quem rege o primeiro diálogo. Mas que sol, não é? Você responde é, corre para pegar o fone de ouvido, mas a pessoa parece não entender. Ela continua: você estuda, faz faculdade? Terminou? Mestrado? Casado? Solteiro? Isso quando não começa a contar as lamúrias da vida... E não é por nada, mas ficar olhando para o lado no ônibus ativa labirintite facilmente e dá enjôo. Se você não é amigo da pessoa, não queira se tornar dentro do ônibus. Guarde sua carência para a próxima parada de ônibus! Fikdik!

Quadro 2 - Paca, Pouco, Picas

Agora, vamos elencar coisas que irritam paca (muito), pouco ou picas (nada)!
Paca – gente suada, gente que ocupa mais de um assento, gente que esfrega pipiu ou pitoca no ombro do coleguinha (isso é doença, minha gente).
Pouco – gente pregando o evangelho segundo Jesus Cristo, gente que conversa a viagem toda pelo celular (Edicleide, coloca esse menino pra dentro de casa e manda ele ir estudar, Edicleide), gente que não se oferecesse para segurar a bolsa/pasta do coleguinha (isso é falta de educação), gente que não oferece o lugar para idosos (negros, gordos, gays, índios, mulheres e outros quase seres humanos – brinqs).
Picas – quando você coloca um fone e senta do lado de uma pessoa que não fede, não passa suor para você, não ocupa mais que o espaço dele (porque sabe que dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço), tudo dá certo.

Quadro 3 - Para encerrar o texto... A Apresentação Cultural do Dia

Sim, porque a gente sabe que dia de domingo não é permitido, por lei federal, andar de ônibus. Os que circulam por Boa Viagem então nem pensar. O swing, suor, cerveja, surrasco toma conta dos ônibus e você tem que entoar louvores a Deus se conseguir sair vivo. A performance das bandas Lapada, Nega do Babado, Michelle Melo e Companhia Limitada do Pagode tomam conta dos celulares (celular é uma coisa irritante também). Fudeu! Você pode ser obrigado a passar uma viagem inteira ouvindo brega e vendo a galera rebolar dentro do ônibus.
Nessas horas, tenho vontade de ter um carro e deixar de ser politicamente correto!

Por Diego Gouveia,  jornalista, mestre em comunicação e pobre que sonha em comprar um apartamento no Le Parc.

4 comentários:

  1. Não sei não, mas acho que, das situações inconvenientes elencadas no texto, a que mais me irrita é a da pessoa carente querendo ser sua amiga. Putz! Dá nos nervos.

    ResponderExcluir
  2. Bom, eu já tinha comentado sobre as pombas que pousam em nossos ombros nos coletivos. Por isso, essa é a pior situação pra mim.

    Ass: Mauro, o galhofeiro.

    ResponderExcluir
  3. Hehehehe...ontem passei por uma situação semelhante à do quadro 3.Imagine você entrar num ônibus em que o destino da maioria das criaturas é ir ao Fortal?Pois bem...nem queira saber...quase fico surda e o pior é que as músicas ficaram um bom tempo azucrinando o meu juízo depois!

    ResponderExcluir

Vai, danado, reclama!