segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Meus momentos mais constrangedores: Top 10 - 10º e 9º lugares









A ideia original era justamente fazer uma lista com meus 10 momentos mais constrangedores. Contudo, minha conhecida verborragia me impediu de fazer um relato sucinto acerca do meu titânico embate contra o peixe-boi genocida de Japaratinga, postado na semana passada. De forma que trago para vocês, agora, as situações mais vergonhosas pelas quais já tive que passar na vida. Sintam-se a vontade para incluir suas próprias listas nos comentários e aguardar o incessante e inevitável escárnio alheio. Nessa primeira parte, seguem os dois últimos momentos mais embaraçosos. Calma que a coisa piora.



***


10º Lugar: Subindo no ônibus


Passei dois anos estudando no Colégio Atual, em Boa Viagem, realizando parte do meu primeiro grau lá. Eu não gostava da escola, dos meus colegas, dos professores e, basicamente, de toda a minha existência naquele lugar. Usando camisas pretas de bandas satânicas de metal, calças com mais furos que roteiro de filme de ficção científica, ostentando um mullet inaceitável e calçando sapatos velhos que mais pareciam armas biológicas, eu não era exatamente o cara mais popular da escola. Mas é claro que nada é tão ruim que não possa piorar, com um pouco de azar e criatividade. Larguei da aula e caminhei para a parada de ônibus, sempre cheia àquela hora. Depois de algum tempo esperando sem conversar com pessoa alguma já que, basicamente, eu não gostava de ninguém e ninguém gostava de mim, meu ônibus finalmente chegou. O veículo parou com a porta aberta bem na minha frente e me preparei para dar aquele pulinho para alcançar o primeiro degrau, necessário quando a calçada é muito baixa. Nesse exato momento alguém, certamente no intuito de sacanear ainda mais minha existência atormentada, chamou o meu nome. Olhei de lado e procurei a pessoa, que havia desaparecido na multidão de alunos. Dei de ombros e concluí o pulo.

Dando com a venta bem na lateral do ônibus cujo motorista, impaciente, já havia movimentado. Quiquei no flanco metálico do coletivo e caí de costas, ridiculamente, por cima da barraca do vendedor de confeito, esparramando todo o seu produto pelo chão e ainda me perguntando o que havia dado errado. Quando finalmente entendi o que tinha acontecido, ainda tive bastante tempo para apreciar as risadas de literalmente todas as pessoas no ponto de ônibus, enquanto o barraqueiro, indignado, me perguntava se eu estava possuído. Voltei para casa andando nesse dia e passaria a evitar aquele lugar maldito a todo custo. 

Por alguns anos, até consegui, mas Deus tinha outros planos.


9º Lugar: Atropelado 


Não bastasse minha habitual má sorte, parece que alguns lugares são simplesmente amaldiçoados. Lá estava eu, às 8 da manhã de um sábado, em frente à fatídica parada de ônibus do colégio Atual, hoje desativado, tentando atravessar a Avenida Domingos Ferreira, movimentadíssima à uma hora daquelas. Quando finalmente houve uma pausa no fluxo de veículos, fiz menção de correr para o outro lado. Quase da esquina vinha um indivíduo e sua bicicleta Barra Forte, daquelas que só são produzidas em uma única cor, vermelho-pobre, feita para carregar bujões de gás, garrafões d’água e ajudantes de pedreiro. Nos encaramos em dúvida. Eu achando que ele ia diminuir. Ele pensando que eu ia esperar ele passar. Ambos concluindo que, na dúvida, é melhor jogar um “foda-se” e seguir em frente. A bicicleta me atingiu em cheio e jogou ambos no meio da pista, os veículos passando ao nosso lado e chegando preocupantemente perto da minha cabeça. O ciclista, talvez mais acostumado aos revezes da vida, e também por não ter tido uma bicicleta praticamente enfiada no peito dele, se recuperou mais rápido e, solícito, me ajudou a levantar. Contrariado, perguntei se ele não tinha me visto tentando atravessar a avenida. Prático, ele respondeu:

- Foi mal, boy. É que a bike não tem freio.

Fiz diversas sugestões sobre onde ele deveria acondicionar a bicicleta dele, algumas incluindo sua família, e segui para o outro lado da via. Na parada de ônibus, as pessoas olhavam, apontavam e riam de mim. Exatamente as mesmas de quando tentei subir no ônibus anos atrás e falhei miseravelmente. 

Nunca mais na minha vida eu passo por lá.


4 comentários:

  1. e eu achei que eu tinha tido momentos constrangedores na infância e adolescência...bem que eu tive..mas tenho que reconhecer..os teus são mais engraçados hahahahaha

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  2. Acho que é pq a gente não sabe narrar com a graça de Frederico, Evinha! :-P

    Meu irmãoooo!!!! Eu tinha dito que não lia mais teu blog no trabalho por causa disso... Passei vergonha na hora do almoço hj...
    Tive que recomendar teu blog pra todas as pessoas do meu setor, pq eu tava gargalhando aqui...

    bjo!

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  3. Quem liga pra história de Joseph Climber quando tu conta as peripecias da tua vida?
    pqp, eu sempre me achei de um azar impar, mas me curvo a vc Fred ó rei dos azarados :P

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  4. Aí vai um relato:
    Tenho um colega de escola que estava com diarreia e tentou subir no ônibus pra ir embora pra Candeias. Quando ele colocou o pé no degrau e segurou no ferro de apoio, o motorista arrancou. Ele caiu, rolou, se arranhou, se cagou e encolheu até o tamanho de um micróbio. Um micróbio cagado.

    Ass: Mauro, o galhofeiro contador de histórias.

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Vai, danado, reclama!