sábado, 29 de maio de 2010

Sem limites para o crime




Você já foi assaltado? Eu sim. E nem sempre no caminho da padaria, em busca do meu amado pão doce. Quem já passou por isso, sabe que é uma experiência das mais desagradáveis, para dizer o mínimo. Entre o medo de morrer, a vergonha de borrar as calças e o sentimento de impotência de ter que ver seu amado MP3 Player sendo levado por meliantes que nem sequer vão curtir as músicas que estão dentro dele, a vítima acaba presa numa encruzilhada de sentimentos contraditórios, muitas delas optando pela ação mais sensata de todas. Ou seja, colaborar com o assaltante como se tudo aquilo fosse a coisa mais normal do mundo, ao mesmo tempo em que se recolhe mentalmente ao seu lugar feliz, lá no fundo. Bem lá no fundo.
Mas isso durante assaltos normais, claro. A violência chegou num ponto em que não se sabe mais quem ou o quê são alvos potenciais da bandidagem. E aí fica difícil saber exatamente como reagir. Afinal, quando os marginais exigem a carteira, aqueles dotados de algum sangue-frio ainda conseguem juntar coragem para pedir os documentos de volta. Se levam o relógio, alguns ainda perguntam a hora, só de sacanagem. Tem gente por aí pedindo para fazer uma última ligação pelo celular que está em processo de ser desapropriado naquele mesmo instante. E por aí vai. Mas o que fazer nos casos em que o produto do roubo não se enquadra nas categorias nas quais estamos acostumados e até mesmo condicionados?
Foi o que aconteceu com a avó de um amigo meu. A idosa que se encaminhava a um laboratório de análises clínicas, teve a bolsa roubada no meio do caminho. A pobre senhora ainda tentou lutar, mas foi inútil contra um atacante pelo menos 30 vezes mais jovem do que ela. Chegando em casa desanimada, a aposentada se deu conta de que o criminoso havia levado, além de seu dinheiro, documentação e objetos pessoais, um bônus inesperado.
Dentro da bolsa furtada, estava o exame de fezes que a velha estava indo entregar.


Apesar do óbvio inconveniente da situação, não deixa de existir aí uma certa justiça divina. É impossível reprimir um sentimento de satisfação ao imaginar o assaltante analisando cuidadosamente o produto do roubo e encontrando, no meio de tudo, o presente especial da vovó. Sem dúvida, perdeu pontos importantes entre os bandidos da região, talvez até mesmo tendo que renunciar sua carreira de crimes.


Mas essa, caros reclamenautas, não foi a história de assalto mais bizarra de todas.

Um comentário:

  1. Ei, eu conheço essa história! Foi a partir daí que comecei a andar com cocô na carteira.

    Ass: Mauro, o que tem dinheiro que vale merda.

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Vai, danado, reclama!