quarta-feira, 28 de julho de 2010

Vida de estagiário, parte II




Era um cômodo vasto e mal iluminado. As paredes eram pintadas com cores escuras e havia uma série de divisórias criando caminhos tortuosos, becos sem saída e passagens falsas. Fui caminhando lentamente, impressionado com a estranheza daquele lugar. Quando dei por mim, já não sabia mais onde estava nem como encontrar a saída. O gerente não estava mais à vista.
- Esse lugar aqui é um dos mais requisitados na casa. – me informou a voz incorpórea do administrador.
Completamente perdido, me virava para todos os lados nervosamente, tentando me orientar através do som.
- Cadê você? – perguntei, tentando manter a voz firme, com pouco sucesso.
- Atrás do senhor. – respondeu o gerente, materializando-se às minhas costas, vindo aparentemente de lugar nenhum.
- Atrás do cão! – retruquei, me encostando nervosamente em uma das divisórias.
O funcionário, impassível, retomou o tour, guiando-me através das passagens estreitas da sala, enquanto explicava sua função.
- Esse aqui é o Labirinto. Quando é noite de quinta-feira, lá perto da meia-noite, os clientes vêm todos pra cá.
- E é? Fazer o quê? – indaguei ingenuamente, me arrependendo da pergunta logo em seguida.
- Ah, os clientes adoram. Ficam todos aqui dentro, correndo de um lado para o outro, até achar a saída. No escuro. Pelados.
- Putaquepariu!
- E aí, só tem uma regra: se um cliente consegue agarrar o outro, esse aí vai ter que dar.
- Dar? Hmm. Mas quando o senhor fala dar é...
- O cu.
- Ah. Tá. Claro. Bobagem a minha. Um telefonema é que não ia ser. Mas vê só, não rola briga? E se um cliente não quiser...ah...cooperar com o outro?
- Nunca aconteceu. Na verdade, o problema mesmo é tirar os clientes daqui. Tem gente que não quer mais sair.
- Sei. É, deve ser uma trabalheira danada. E ainda arrumar tudo...
- É muito trabalho mesmo. Especialmente lavar tudo depois. Essa divisória mesmo, onde o senhor tá encostado, só vai ser lavada amanhã.
- Entendo. – Sentindo calafrios, me afastei da medonha superfície.
- Tem mais alguma coisa que o senhor queria ver aqui em cima?
- Não! Não. Já tem material pra muito pesadelo com o que eu já vi. Valeu mesmo.
- Pois não. Vamos até a cozinha então?
Saímos do Labirinto, descemos as escadas e nos encaminhamos até a Copa da Sauna. Lá chegando, avistei meu colega já iniciando a inspeção do local.
Foi então que eu percebi que havia algo muito, muito estranho naquela cozinha.

6 comentários:

  1. kkkkkkkkkk.....o que pode haver de estranho em uma cozinha...mas depois disso tudo... melhor nem imaginar...


    =*

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  2. HUAHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUH

    Mto bom, Fred!

    Adonay!

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  3. Carai, esse lugar parece cena do filme "jogos mortais". Putz!

    Saulo

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  4. E o pior que o "mortais" do título, Saulinho, deve se referir a alguma parte da anatomia masculina obscura. Como diz o ditado: "A diferença entre cagar e dar o cu é meramente vetorial".

    Ass: Mauro, o galhofeiro que não caga pra dentro.

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  5. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    "atrás do cão"...
    Déa.

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Vai, danado, reclama!